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22/07/2021 - 17h08Caminhos e Contos - a ressocialização pela palavra se destaca e vira referênciaO Projeto formou contadoras de histórias na Apac feminina de BH

Em maio, 33 recuperandas da Apac Feminina de Belo Horizonte receberam certificados de contadoras de histórias  (Foto: Cecília Pederzoli/TJMG) O poder das palavras está inserido em um dos projetos de destaque da atual gestão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais: “Caminhos e Contos – a ressocialização pela palavra”, cujo principal lema é incentivar a leitura entre os condenados pela Justiça, como forma de reintegra-los à sociedade. O projeto foi lançado pelo TJMG em novembro do ano passado, em uma iniciativa conjunta com a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) e com o Programa Novos Rumos.   O projeto Caminhos e Contos, inicialmente, foi implementado na Associação de Proteção e Assistência aos Condenados Feminina de Belo Horizonte (Apac), mas a principal meta do TJMG é expandi-lo para outras unidades do sistema prisional do Estado, inclusive para as penitenciárias comuns, onde os índices de reincidência superam a marca de 80%. O ineditismo do projeto o colocou como um dos trabalhos que concorre ao Prêmio Innovare, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que anualmente premia práticas transformadoras relacionadas com o Poder Judiciário em todo País.   Na primeira etapa do Projeto Caminhos e Contos, inicialmente, 40 recuperandas, que cumprem pena no regime fechado na Apac Feminina, se candidataram ao curso. No final de maio, 33 mulheres receberam o certificado como contadoras de histórias, após participarem de 12 oficinas práticas. Durante a cerimônia de formatura, que ocorreu de forma remota, as alunas contaram histórias para a plateia virtual, composta principalmente pela direção do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e por familiares. Na cerimônia também foi exibido um vídeo com a apresentação da Orquestra Jovem da Coordenadoria da Infância e da Juventude (Coinj). O projeto foi inspirado em iniciativa que formou contadores de histórias no período de 2004 a 2012 na Apac de Itaúna e que, na época, deu origem ao grupo Encantadores de Histórias, que reúne recuperandos e ex-recuperandos na região. Considerado o "pai" do Projeto Caminhos e Contos, o desembargador Tiago Pinto aposta na expansão do programa em outras unidades prisionais (Foto: Mirna de Moura/TJMG) Ressocialização Um dos idealizadores do projeto Caminhos e Contos foi o 2º vice-presidente do TJMG e superintendente a Escola Judiciária Desembargador Edésio Fernandes, desembargador Tiago Pinto, que vê com muito otimismo a expansão do trabalho para outras unidades prisionais. “Trata-se de um projeto inovador, uma poderosa ferramenta que pode mudar, para melhor, a vida dos condenados e ajuda-los na ressocialização”, disse o desembargador Tiago Pinto. Para ele, o projeto é uma oportunidade ímpar para que os recuperandos possam superar a exclusão social, a que foram submetidos, durante toda uma vida, com a ajuda das palavras. “A linguagem é uma atribuição exclusiva do ser humano. Sabemos que o atual sistema prisional brasileiro continua a excluir os inpíduos, mas o projeto chega para dar visibilidade aos detentos”, acrescentou o desembargador Tiago Pinto. Como o projeto Caminhos e Contos ainda é embrionário, o objetivo do Tribunal é inseri-lo aos poucos, inicialmente, nas Apacs, que já apresentam outros projetos culturais e que possuem elevados níveis de ressocialização, em comparação com o sistema prisional comum. "Na Apac Feminina de Belo Horizonte o projeto é um sucesso, despertando atenção de outras Apacs em Minas Gerais que pretendem adota-lo”, afirmou. Para o desembargador Tiago Pinto, após inserção nas Apacs, a próxima etapa é adapta-lo nas unidades prisionais comuns de Minas Gerais. Futuramente, o desembargador acredita que o projeto Caminhos e Contos possa ser implementado em outros Estados. “Tenho recebido consultas de magistrados de todo o País interessados no projeto, o que será extremamente positivo para população carcerária”, prevê o desembargador. Rosana Mont`Alverne foi a responsável pelo curso de contadores de história aplicado na Apac Feminina (Foto: Mirna de Moura/TJMG) Novos Rumos O coordenador geral do Programa Novos Rumos do TJMG, desembargador Antônio Armando dos Anjos, também é otimista com o sucesso do programa em outras unidades prisionais.   “O projeto Caminhos e Contos materializa os ideais do Programa Novos Rumos em todas as suas nuances pois, por meio da arte e da educação, oportunizou de forma pioneira às recuperandas da APAC de Belo Horizonte a participação em oficinas de formação de contadores de história, através do contato com as valiosas e tradicionais obras da literatura oral e escrita”, disse o desembargador. Para o desembargador Armando dos Anjos, o projeto se prestará a registrar a trajetória de vida dos recuperandos e servirá de estímulo às pessoas que pretendem ressignificar suas próprias histórias. “Registro, em nome do Programa Novos Rumos, nosso agradecimento ao desembargador Tiago Pinto, tenaz apoiador do método apaqueano e parceiro nesta iniciativa e em outras tantas relacionadas às Apacs. À frente da Escola Judicial, o desembargador Tiago, com sua intelectualidade abraçada ao espírito humanista, tem nos motivado cada dia mais a acreditar muito no caminho do bem, como profetizou Mário Ottoboni, criador das Apacs”, disse o coordenador geral do Programa Novos Rumos. O conselheiro do Conselho Nacional de Justiça e supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, juiz Mário Guerreiro, faz questão de parabenizar a iniciativa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em parceria com as Apacs. “É fundamental que o Poder Judiciário promova projetos de cidadania para reinserir os presos à sociedade. E projetos desta magnitude sempre terão o apoio do CNJ”, ressaltou o magistrado. A recuperanda Neide Amorim, após o curso de contadora de história, passou a acreditar na reabilitação ( Crédito : Divulgação/TJMG ) Aprendizado A maternidade do projeto é atribuída à servidora aposentada do TJMG, escritora e contadora de história, Rosana Mont`Alverne, que nos últimos meses mergulhou fundo no trabalho com as recuperandas da Apac Feminina de Belo Horizonte. “Tudo começou em julho do ano passado quando fui convidada a participar de reunião com o desembargador Tiago Pinto para falar sobre o projeto. Devemos ressaltar que o Tribunal Mineiro se destaca com políticas públicas voltadas para a execução penal por meio do Programa Novos Rumos, responsável pela expansão das Apacs em Minas Gerais”, disse Rosana. Aceito o convite, Rosana arregaçou as mangas e partiu para o trabalho na Apac. Ela já havia realizado o projeto de sucesso em 2017 na Penitenciária Dutra Ladeira.  “Tinha experiência em trabalhar com os presos, mas trabalhar com as mulheres da Apac me tocou profundamente pois elas são triplamente condenadas: pelo crime que cometeram; pela sociedade machista que as cerca; e principalmente pela falta de oportunidade de conviver com a cultura”, destaca Rosana Mont`Alverne. Ela lembra que das 80 recuperandas da Apac de Belo Horizonte, 40 se candidataram ao curso de contadoras de histórias. “Durante o curso, elas aprenderam todos as nuances para ser um bom contador de história, com aulas de postura corporal, gestual, técnicas de voz, mas sobretudo aprenderam a ouvir e a ler histórias”, disse. A recuperanda Luísa Silva afirma que a leitura trouxe tranquilidade e paz para sua vida (Foto: Divulgação/TJMG) As histórias contadas pelas recuperandas vão dar origem a um livro que está em fase de produção. Segundo Rosana, além do curso, as detentas tiveram a iniciativa de criar um espaço batizado de “Cantinho dos Livros”, com obras doadas pela sociedade em geral, instalado no regime fechado e no regime semiaberto. “O potencial de cada uma delas estava adormecido e conseguimos desperta-las com o poder das palavras. Demos a elas o direito à literatura, o que poderá ser replicado por elas mesmas em outras Apacs. Na vida podemos cair, mas podemos nos levantar. A vida é feita de derrotas, conquistas, erros e acertos. E o Tribunal de Justiça realizou tudo isso por meio de um projeto maravilhoso”, afirma Rosana Mont`Alverne. Para Naiara Monique, a leitura tem o poder de transpor muros e grades de uma prisão (Foto: Divulgação/TJMG) Recuperandas Para a recuperanda Neide Amorim, o projeto Caminhos e Contos foi libertador, pois possibilitou que ela descobrisse a si mesmo. “Eu não me conhecia. Pensava que era um monstro e por meio da leitura constatei que sou um ser humano e que tenho total possibilidade de me recuperar”, disse. A também recuperanda Luísa Silva destaca a tranquilidade e paz que a leitura proporciona. “Quando embarcamos em uma história tudo muda e cultivamos dentro de nós a esperança que dias melhores virão”, afirma. Para Naiara Monique, a leitura tem o poder de transpor os muros e grades de uma prisão. “Sempre gostei de ler, mas, com a oportunidade que tive em participar das oficinas, me sinto mais livre e recuperada”.  Assessoria de Comunicação Institucional – Ascom Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG (31) 3306-3920 imprensa@tjmg.jus.br instagram.com/TJMGoficial/ facebook.com/TJMGoficial/ twitter.com/tjmgoficial flickr.com/tjmg_oficial
22/07/2021 (00:00)
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