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Indígenas protestam no Congresso contra projeto do marco temporal e falam em 'genocídio legislado'

1 de 1 Deputados protestam contra proposta do marco temporal de de demarcação de terras indígenas — Foto: Luiz Felipe Barbiéri Em protesto contra a votação do projeto que fixa um marco temporal e dificulta a demarcação de terras, indígenas disseram nesta terça-feira (30) que a proposta representa na prática um genocídio legislado contra os povos originários. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e deputadas da chamada "bancada do cocar" Célia Xacriabá (PSOL-MG), e Juliana Cardoso (PT-SP), entre outros parlamentares, concederam entrevistas na Câmara dos Deputados para pressionar pela retirada do texto da pauta de votações. A proposta pode ser votada ainda nesta terça. "Quem insistir em votar o PL 490 serão compreendidos como os ‘Cabrais’ do século 21, nesse genocídio legislado", afirmou Célia. Guajajara destacou que a proposta permite o garimpo ilegal nas terras indígenas e lembrou a crise humanitária vivida pelo povo Yanomami. “Hoje estamos aqui para pedir a retirada do projeto de pauta de votações no dia de hoje. O projeto representa sim um genocídio legislado, porque vai afetar diretamente povos isolados. Autoriza acesso de terceiros em territórios onde vivem pessoas, povos que ainda não tiveram contato com a sociedade”, disse. A ministra ressaltou que é urgente a demarcação de terras indígenas no Brasil para ajudar o país alcançar os compromissos no cenário internacional de proteção de ambiental e dos povos indígenas “Não é possível que este Congresso Nacional aprove hoje (o projeto) e faça com que esse dia fique marcado daqueles que aprovaram contra a vida dos povos indígenas no Brasil”, afirmou Sônia Guajajara. A deputada Juliana Cardoso declarou que aprovar o projeto vai na contramão do clima e o mundo estã “Ou a gente caminha para poder pensar uma economia que caiba uma relação ambiental, que caiba o nosso povo e as nossas culturas, ou vamos viver em um processo tão difícil quanto a Covid, porque mexeram na mãe terra”, afirmou. “Não é mexendo com os povos isolados que vão avançar de ter tanto lucro”, disse Juliana. Projeto A proposta cria um “marco temporal” para as terras consideradas "tradicionalmente ocupadas por indígenas", exigindo a presença física dos índios em 5 de outubro de 1988. Segundo o texto, a interrupção da posse indígena ocorrida antes deste marco, independentemente da causa, inviabiliza o reconhecimento da área como tradicionalmente ocupada. A exceção é para caso de conflito de posse no período. O texto ainda proíbe a ampliação de terras indígenas já demarcadas. O projeto também: flexibiliza o uso exclusivo de terras pelas comunidades e permite à União retomar áreas reservadas em caso de alterações de traços culturais da comunidade; permite contrato de cooperação entre índios e não índios para atividades econômicas; possibilita contato com povos isolados “para intermediar ação estatal de utilidade pública”. O texto ainda abre caminho para a mineração em terras indígenas. Segundo o parecer do relator, o usufruto dos índios não abrange, por exemplo, o aproveitamento de recursos hídricos e potenciais energéticos, a garimpagem, a lavra de riquezas minerais e "áreas cuja ocupação atenda a relevante interesse público da União". Tema está no STF A discussão sobre o texto voltou ao Congresso depois que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, pautou uma ação que trata do tema para o dia 7 de junho. Para se antecipar a uma decisão do STF, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu à bancada ruralista colocar em plenário a votação do projeto, para que os parlamentares se pronunciem sobre o assunto. O julgamento no Supremo começou em 2021. Até o momento, dois ministros votaram: relator do caso, Luiz Edson Fachin se manifestou contra a aplicação do marco temporal. O ministro Nunes Marques votou a favor. A análise do tema, contudo, foi interrompida em 15 de setembro de 2021 em razão do pedido de vista – mais tempo para analisar o caso -- apresentado pelo ministro Alexandre de Moraes. O coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Cléber Karipuna, pediu que o STF mantenha o julgamento do marco temporal mesmo com a votação do tema no Congresso. Ele disse que há uma suposta negociação para adiar o julgamento na Corte com o objetivo de os atender anseios da bancada ruralista. “A gente acha estranho as negociatas, diálogos entre poderes sobre retirar de pauta o julgamento do marco temporal pautado no STF para 7 de junho”, disse. “Não concordamos com a retirada de pauta do julgamento do marco temporal, essa não é a solução para a votação do projeto aqui nesta casa”, completou Karipuna. Protestos pelo país Nesta terça-feira (30), cidades pelo país registraram protestos contra a possível votação do projeto de lei. Em São Paulo, uma manifestação organizada por indígenas Guarani bloqueou o km 20 da Rodovia dos Bandeirantes, em Jaraguá, na Zona Norte da capital. Eles atearam fogo na via, que foi completamente liberada após a Tropa de Choque da Polícia Militar paulista atirar bombas, balas de borracha e jatos de água contra os manifestantes. Em Brasília, indígenas de todo o país caminharam pela Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional. Os manifestantes cobriram uma bandeira do Brasil com tinta vermelha para "representar o sangue de indígenas que está sendo derramado no país". No Rio de Janeiro, ativistas e indígenas protestaram na Avenida Rio Branco, localizada no Centro da capital. Também houve protesto em frente à Casa do Índio, na Ilha do Governador. No Mato Grosso do Sul, foram registrados bloqueios em três trechos de rodovias em Dourados, Itaporã, Amambai e Ponta Porã. As mobilizações foram feitas por indígenas locais. Em Mato Grosso, indígenas da etnia Kaiapó fecharam a MT-322 e bloquearam a balsa que faz a travessia do Rio Xingu, no nordeste do estado. No Pará, o protesto foi na BR-222, km 204, no município de Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do estado. Também houve protesto no Maranhão. Indígenas da Terra Indígena Pindaré fecharam trechos da BR-316 na Zona Rural de Bom Jardim. Em outra frente para barrar o avanço da proposta, entidades indígenas, de direitos humanos e ligadas ao meio ambiente enviaram à Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça um documento – intitulado "Apelo Urgente" – contra o texto. Entre outros pontos, as entidades pedem que a ONU inste o governo e o Congresso brasileiros a rejeitar a proposta.
30/05/2023 (00:00)
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